terça-feira, 13 de julho de 2010

Levantamento mostra situação dos estádios da Copa 2014

A Copa de 2014 foi lançada oficialmente na quinta-feira passada (8), em evento midiático que reuniu autoridades e ex-craques da bola em Johanesburgo. O Portal 2014 (copa2014.org.br) realizou novo levantamento sobre o andamento das obras dos estádios da Copa 2014. Passados dois anos e oito meses da escolha do Brasil como país-sede do Mundial, a maioria dos estádios, os principais palcos do evento, continua no papel.

Obras, de fato, apenas em três das 12 cidades-sede. Cuiabá e Manaus começaram a demolição dos antigos estádios. As intervenções no Mineirão, em Belo Horizonte, tiveram início em janeiro.

De acordo com o presidente do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e Engenharia) os atrasos podem prejudicar a fase de testes dos empreendimentos antes do evento. “O cronograma já está claramente defasado. É preciso finalizar os projetos executivos para dar início às obras com controle rigoroso – de qualidade, dos prazos, dos gastos – para que possamos ter a tempo os estádios para a Copa das Confederações, em 2013, e principalmente para a Copa, em 2014”.

A situação de São Paulo foi a que mais se deteriorou desde 31 de maio - terceiro prazo da Fifa para o início das obras (leia mais). A capital paulista teve o Morumbi vetado pelo Comitê Organizador Local (COL) e ainda não definiu outro estádio.

Curitiba enfrenta impasse semelhante. A capital paranaense também pretende usar um estádio privado, mas autoridades locais e dirigentes do Atlético-PR não se entendem quanto ao modelo de financiamento das obras. Em Porto Alegre, o Internacional adia as principais intervenções no Beira-Rio.

Das sedes com estádios públicos, Natal e Fortaleza são as retardatárias. Em férias, os deputados do Rio Grande do Norte não votaram Projeto de Lei que permite o lançamento do edital. Por sua vez, o governo cearense enfrenta denúncias de fraude e corrupção no processo licitatório do estádio Castelão.

Salvador foi a cidade que saiu na frente na definição da empresa que reconstruirá a Fonte Nova. Mas desde então vem sofrendo reveses na Justiça que questionam a condução do processo licitatório. O governo toca obras secundárias, mas o Ministério Público impediu os repasses do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Depois de seguidos atrasos, Rio de Janeiro e Brasília conseguiram lançar seus editais. A capital definiu semana passada a empresa que construirá o Estádio Nacional. Os cariocas, que receberão a final, prometem divulgar na quinta-feira (15) as propostas financeiras para a reforma do Maracanã, o estádio mais caro da Copa.

Belo Horizonte

Em janeiro, o estádio Mineirão, de Belo Horizonte, começou as obras de reforço estrutural e correção de patologias necessárias para que o equipamento sedie jogos da Copa em 2014. A segunda fase desta reforma está iniciando agora, com a demolição dos anéis inferiores e o rebaixamento do gramado. Até agosto, as empresas interessadas em participar do projeto por Parceria Público-Privada deverão mandar a documentação exigida, para que tenha prosseguimento a terceira e última etapa das obras que permitirão sua reabertura no final de 2012.

Brasília

A licitação do Estádio Nacional de Brasília ficou quatro meses suspensa pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, por suspeita de superfaturamento e falta de garantia para as reformas. Em maio foi liberada e, na semana passada, o consórcio Andrade Gutierrez e Via Engenharia foi escolhido para executar a reforma. Concorrente à abertura, o estádio é o segundo mais caro da Copa, com orçamento de R$ 696 milhões.

Cuiabá

Vinte máquinas pesadas trabalham no canteiro de obras do local onde será erguida a Arena Multiuso do Verdão. O lugar onde antes ficava o estádio Governador José Fragelli agora é um imenso canteiro de obras com muita poeira e barulho. A Agência Executora das Obras da Copa do Mundo do Pantanal (Agecopa) afirma que as obras estão dentro do cronograma previsto. Depois da primeira fase de trabalhos, o canteiro de obras agora passa para a etapa da fundações. A previsão é que em até 30 dias serão instaladas as estaca-raíz, estruturas de concreto que servirão de base para a nova construção.

Curitiba

Um acordo para viabilizar as obras de ampliação e reforma da Arena da Baixada está prestes a ser fechado. Para tanto, foi necessária a aceitação do Clube Atlético Paranaense de acatar soluções como o "naming rights" (venda dos direitos de nome do estádio a uma empresa, provavelmente a estatal Copel) e o bônus de potencial construtivo emitidos pela prefeitura.

Fortaleza

Mesmo após o TCE do Ceará ter liberado a licitação para as obras do estádio Castelão, diversas denúncias de irregularidades vieram à tona, e a concorrência está suspensa, graças à medida cautelar impetrada pela Justiça. No momento, aguarda-se que o Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará julgue dois agravos internos impetrados pelo estado e pelo Consórcio Arena Multiuso Castelão.

Manaus

Até o final de julho toda a estrutura do antigo estádio Vivaldo Lima já deverá estar demolida. O consórcio contratado para a construção da Arena Amazônia (Andrade Gutierrez) já conclui 80% dos desmanches internos do estádio e recebeu, no dia 9 de julho, a ordem de serviço expedida pela Seinf - Secretaria de Infraestrutura do Estado para começar a demolição. No campo, o gramado foi removido e o trabalho de escavações para rebaixamento do piso em 2 metros já foi iniciado.

Natal

Previsto para ser lançado no último dia 30 de junho, o edital da Parceria Público-Privada do Estádio das Dunas aguarda a aprovação de um Projeto de Lei (PL) estadual que autoriza a criação de um Fundo Garantidor para as obras. Os deputados estão em recesso. Enquanto isso, o governo começou a terraplanagem do terreno. A previsão é que a obra comece em outubro.

Porto Alegre

Até agosto o Inter retomará as obras da cobertura do estádio Beira-Rio. Por enquanto, apenas cinco pilares de sustentação foram fixados em alguns pontos estratégicos para permitir a construção do museu do clube. Segundo a diretoria do clube, o estádio não terá sua cobertura pronta até dezembro de 2012, como quer a Fifa, mas apenas em 2014. O Inter informa que os trabalhos devem recomeçar "em breve" e que tudo está de acordo com o cronograma planejado. O clube enfrenta dificuldades para levantar os R$ 130 milhões necessários para bancar as reformas.


Recife

Previstas para começar em julho, as obras de construção da Arena Capibaribe, em Pernambuco, ainda não deslancharam. O consórcio formado por Odebrecht, ISG (International Stadia Group) e AEG Facilities aguarda a liberação da licença de instalação da CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), que deve sair nos próximos dias. O estádio será erguido em São Lourenço da Mata, a 19 km do centro do Recife, e a negociação com os posseiros instalados no terreno da arena já foi concluída. A próxima etapa será a montagem do canteiro de obras.

Rio de Janeiro

Após meses de indefinições e adiamentos, o edital para a reforma do Maracanã foi lançado em 2 de junho. Mas não sem um salto no orçamento. O palco da final custará R$ 720 milhões - valor 20% maior ao divulgado em janeiro – o que o coloca entre o mais caro da Copa. As principais intervenções serão a reconstrução da arquibancada inferior e a construção da cobertura. O governo estadual pretende fechar o estádio ainda este mês. Com isso, as obras devem começar em agosto.

Salvador

As obras de demolição do estádio Fonte Nova, em Salvador, seguem em ritmo avançado, e já foram ao chão o anel inferior, vestiários e o ginásio de esporte. Mas há suspeitas de irregularidades de parte do TCE e do Ministério Público, que apontam falta de legitimidade em todo o processo, e o cronograma de obras corre risco de sofrer atrasos.

São Paulo

São Paulo é a única sede sem estádio. A queda-de-braço entre a Fifa e o comitê paulista culminou com o veto ao Morumbi no mês passado (leia mais). Segundo o COL, as garantias financeiras para a reforma não foram apresentadas.

A indefinição da capital paulista é grave. Teixeira e Blatter querem a abertura na cidade, a favorita dos patrocinadores da Copa. Para isso, um estádio para 65 mil pessoas teria que ser construído, o mais provável em Pirituba (zona norte). Mas governo estadual e prefeitura garantem que não colocarão dinheiro público na empreitada.

Se abrir mão do jogo inaugural, São Paulo tem três opções: o Pacaembu reformado, a Arena Palestra e o próprio Morumbi.



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