quinta-feira, 18 de novembro de 2010

COMEÇA NESTA SEXTA-FEIRA O 1º CONGRESSO PARAOLÍMPICO BRASILEIRO


De olho em 2016, o evento de dois dias reunirá especialistas nacionais e internacionais na Unicamp. O Ministro do Esporte, Orlando Silva, participa da abertura
Começa nesta sexta-feira, 19, na Unicamp, o 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro. Esta é a primeira vez na história que um evento deste porte é realizado com o intuito de aproximar a universidade e a pesquisa científica dos profissionais que fazem o esporte no país. A abertura será às 8h30 e contará com a presença do Ministro do Esporte, Orlando Silva.
Serão dois dias de cursos e discussões com profissionais nacionais e internacionais especializados em Esporte Paraolímpico. Entre os temas que serão abordados estão a formação de recursos humanos para o Esporte Paraolímpico, classificação funcional e treinamento e avaliação em Esporte Paraolímpico.
O evento é uma promoção do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), através da Academia Paraolímpica Brasileira (APB), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
O público alvo do 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro são treinadores, classificadores funcionais, profissionais de áreas afins ao esporte paraolímpico, profissionais da área da saúde, professores e estudantes universitários.
Mais de 50 trabalhos de todo o país foram inscritos para serem apresentados durante o Congresso.
“Esperamos conseguir atingir a comunidade paraolímpica no que ela mais precisa, que é a divulgação de informações, estudos, pesquisas”, explica o diretor técnico do CPB, Edílson Alves Tubiba.
“Estamos muito confiantes no sucesso do 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro devido ao alto nível da organização”, ressaltou o presidente do CPB, Andrew Parsons.
Sucesso antes mesmo de começarOutro indicativo apontado por Parsons como garantia de sucesso do Congresso foi a alta procura que as inscrições tiveram.  Em apenas dois dias de inscrições, mais de 180 pessoas de todo o país já haviam garantido sua participação. As 500 vagas foram preenchidas em menos de um mês. Os cursos do Pré-Congresso, que serão dias 17 e 18 de novembro, e contarão com especialistas internacionais, também tiveram suas inscrições esgotadas em apenas dois dias.
“A grande procura é uma prova de que havia uma demanda de eventos desse tipo, que discutam cientificamente o Esporte Paraolímpico, principalmente chancelados pelo CPB. Certamente dos trabalhos apresentados no Congresso surgirão muitas novidades para o Esporte Paraolímpico, que nos apontarão caminhos interessantes.”
O coordenador da Academia Paraolímpica Brasileira e professor da Unicamp, José Júlio Gavião, destacou a continuidade da procura por vagas, mesmo após as inscrições terem se encerrado.
“Ainda existe uma grande distância entre a ciência e a sociedade. Esse congresso mostra que os profissionais que trabalham diretamente com a sociedade estão buscando essa aproximação, que é exatamente um dos objetivos do Congresso”, disse Gavião.
Cursos aprofundadosAntes da discussão mais ampla, nesta quinta-feira, 18, cerca de 100 profissionais da área esportiva participaram de dois cursos, parte do Pré-Congresso.  Peter Van de Vliet, da comissão científica e médica do IPC, falou para uma plateia composta com professores, classificadores, médicos e interessados em aprofundar os conceitos de classificação funcional, baseado no Comitê Paraolímpico Internacional.
Peter começou explanando que a classificação funcional é muitas vezes vista como complicada, e, por isso, algumas pessoas se retraem e deixam de tentar conhecer melhor os conceitos relacionados à classificação.
Alguns outros problemas foram citados por Peter, como a variação de classe que um atleta pode ter; o perigo de a classificação ser baseada dependendo de circunstâncias, como eventos específicos, etc.
"As pessoas vêem a classificação como inacessível, algo do outro mundo, ou extremamente complicada. Mas, quando você se dedica a compreender um pouco melhor, vê que a classificação precisa é viável e pode ser feita com competência", afirmou Peter.
Peter fez um panorama histórico dos eventos esportivos do Movimento Paraolímpico. De Stoke Mandeville, em 1948, a  1988- 1992, quando foram dados os primeiros passos para a introdução da classificação funcional. Este período foi crucial para a classificação se firmar, já que uma mudança na realização das competições paraolímpicas se mostrava urgente. Em 2003, o IPC realizou uma auditória sobre classificação. Como resultado, quatro anos depois, em 2007, o Código de Classificação foi aprovado, com instruções e regras específicas de como deve ocorrer a classificação. O código vem sendo implementado desde o início deste ano.
Peter aproveitou a oportunidade para explicar melhor ao público sobre conceitos de classificação funcional e oftalmológica. Com exercícios práticos, ele mostrou um vídeo oficial do IPC e pediu que a plateia identificasse quais modalidades aparecem nos Jogos de Invernos e Verão além de separar os atletas apresentados nas devidas classificações possíveis.
"Para ser elegível, o atleta deve ter um comprometimento que o leva a uma limitação de atividade verificável e permanente. É importante também ressaltar que se um atleta é considerado inelegível, segundo as regras da IF, isso não põe em causa a presença de uma deficiência genuína, e sim que eles são considerados inelegíveis apenas para disputar competições chanceladas pelo IPC", explicou Van de Vliet.
Como Funciona a ClassificaçãoCada esporte determina seu próprio sistema de classificação, baseado nas habilidades funcionais, identificando as áreas chaves que afetam o desempenho para a performance básica do esporte escolhido. A habilidade funcional necessária independe do nível de habilidade ou treinamento adquirido. Um atleta que compete em mais de um esporte recebe uma classificação diferenciada para cada modalidade.
A equipe de classificação pode ser composta por três profissionais da área de saúde: médico, fisioterapeuta e um professor de Educação Física. A classificação é realizada em três estágios: médico, funcional e técnico.
Planejando para conquistar medalhasAo mesmo tempo, o italiano Marco Cardinale, chefe de Ciência do Esporte e Pesquisa da Associação Olímpica Britânica, falou para um grupo de técnicos e coordenadores de modalidades. Cardinale, que é ligado ao esporte olímpico e não paraolímpico, destacou a importância de planejar o máximo de detalhes para conseguir uma medalha de ouro.
O cientista do esporte começou apresentando o modelo esportivo inglês. E brincando:
“Se quiser desenvolver um sistema esportivo, não faça como o inglês, é muito complexo”.
 Ele explicou que o dinheiro vem do UK Sport, dinheiro público, que investe em ciência do esporte. E essa é a principal diferença do sistema britânico;
“No nosso sistema há cerca de 300 pessoas empregadas full time no desenvolvimento da ciência do esporte, enquanto há apenas 25 técnicos empregados em tempo integral, os outros são contratados esporadicamente.”
Para Cardinale, não dá para ter uma diferença tão grande entre cientistas e técnicos, mas isso mostra a prioridade com que a pesquisa é tratada na Grã-Bretanha.  E ele mostrou como isso traz resultados, mas não é tudo.
Em Atenas 2004, muitas medalhas foram conquistadas com menos de um segundo de diferença. Então, o que vale são detalhes. Cardinale propõe então que só um comprometimento de todas as partes envolvidas no sistema esportivo pode trazer a medalha dourada para o país.
“A filosofia é: podemos melhorar 100 coisas 1% melhor? Tudo e todo mundo na nossa organização pode fazer a diferença, pode ajudar-nos a conquistar a medalha de ouro. Para 2016 vocês terão que aprender isso.”
1º Congresso Paraolímpico Brasileiro
Sexta-feira, 19
08h00
Credenciamento
08h30 - 09h00
AberturaFernando Ferreira Costa - Reitor da UNICAMP
Orlando Silva de Jesus Junior - Ministro do Esporte
Andrew Parsons - Presidente do CPB
Paulo Ferreira de Araújo - Diretor - FEF/UNICAMP
Edison Duarte - Presidente do Congresso - FEF/UNICAMP
Pedro Paulo Abreu Funari - Ceav
09h00 - 09h30
Esporte Paraolímpico no Brasil: atualidades e perspectivas - PalestraAndrew Parsons – Presidente do CPB
Coordenação: Paulo César Montagner - FEF/UNICAMP
09h30 – 11h30
Classificação Funcional - Mesa RedondaPatrícia Silvestre de Freitas – UFU
Peter Van de Vliet - DM – IPC
Helder Costa Filho DV – CPB
Coordenação: Ciro Winckler de Oliveira Filho – UNIFESP/SANTOS
11h30 – 12h30
Sessão de Pôster - Ginásio FEFCoordenação: Comissão Científica
12h30 - 14h00
Intervalo para Almoço
14h00 -16h00
Formação de Recursos Humanos para o Esporte Paraolímpico - Mesa RedondaMichael Cary  - IPC Academy - Inglaterra
José Júlio Gavião - FEF/UNICAMP
Alberto Martins da Costa - UFU
Coordenação: Edison Duarte - FEF/UNICAMP
16h15 - 16h30
Coffee Break
16h30 - 18h30
Palestra: Treinamento em Esporte ParaolímpicoMarco Cardinale  - British Olympic Association - UK
Coordenação: Patrícia Silvestre de Freitas - UFU
16h30-18h30
Palestra: Formação de Novos AtletasColin Higgs - International Council for Sport Science and Physical Education - Canadá
Coordenação: Roberto Vital - CPB
Sábado, 20
9h00-12h00
Mini-Cursos:Esgrima – Salão de Dança FEF
Válber Nazareth – Academia da Força Aérea
Vôlei sentado - Ginásio FEF
Ronaldo Gonçalves de Oliveira – ABVP
Amauri Ribeiro - ABVP
Rúgbi - Ginásio FEF
Mateus Betanho Campana – FEF/UNICAMP
Luís Felipe C. C. de Campos – FEF/UNICAMP
Eduardo Mayr - ABRC
Carlos Sigmaringa - ABRC
Remo – Sala da Congregação FEF
José Paulo Sabadini de Lima - Confederação Brasileira de Remo
Coordenação: Anselmo de Athayde Costa e Silva - FEF/UNICAMP
12h00 - 14h00
Intervalo para Almoço
14h00-17h00
Mesa Redonda: Avaliação em Esporte ParaolímpicoBenedito Sergio Denadai – UNESP/RC
José Irineu Gorla - FEF/UNICAMP
Marco Túlio de Mello - CEPE/UNIFESP
Coordenação: Alberto Martins da Costa - UFU
17h00 - 17h30
Coffee Break
17h30
EncerramentoAndrew Parsons - Presidente CPB
José Júlio Gavião de Almeida – FEF/UNICAMP
Media Guide Comunicação
Assessoria de Imprensa do Comitê Paraolímpico Brasileiro
Diogo Mourão (
diogo@mediaguide.com.br / 21 8301-0149)
Manoela Penna (
manoela@mediaguide.com.br) / 21 8301-0123)
Em Brasília
Thalita Kalix (Media Guide) - (
thalita.kalix@cpb.org.br / 61 3031 3035 / 61 8161 9271)
Janaína Lazzaretti (CPB) – (
janaina.lazzaretti@cpb.org.br / 61 3031 3035 / 61 8161 9271)

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